domingo, 18 de janeiro de 2009

OS FILHOS DE COMAGENE III

Gaio Júlio Antíoco Epífanes Filopapo (65-116)
Era filho primogênito do príncipe de Comagene Gaio Júlio Arquelao Antíoco Epífanes e de Cláudia Capitolina. Célebre pelo famoso monumento que lhe foi dedicado em Atenas (imagem ao lado). Quando de seu nascimento em 65 d.C. recebeu o nome de Gaio Júlio Antíoco Epífanes sendo chamado posteriormente de Philoppapos (“aquele que ama o avô”) provavelmente por sua amizade com um de seus avós, Antíoco IV, rei de Comagene, ou Cláudio Balbilo, prefeito romano do Egito. Nascido e criado em Samosata teve uma tradicional educação grega de classe alta. Filopapo mudou-se com a família real para Roma após a extinção do Reino de Comagene em 72 d.C. quando também nasceu sua irmã Júlia Balbila. Após a morte de seus avós, mudou-se com seus pais e irmã para Atenas. Quando da morte de seu pai em 92, sua mãe mudou-se com sua irmã para sua terra natal, Alexandria, onde voltou a casar-se novamente com o prefeito do Egito Marco Rufo. Em todas as áreas de sua vida, Filopapo quis manter o status de alguém com sangue real. Ele passou o resto da sua vida em Atenas e foi um benfeitor proeminente e respeitado da cidade. Filopapo assumiu cargos cívicos, políticos e religiosos em Atenas e Roma. Ele pertenceu à elite romana e foi amigo do imperador Trajano (98-117) e de seu sucessor Adriano (117-138) e de suas respectivas famílias. Filopapo teve cidadania romana e ateniense. Ele serviu como arconte (membro da nobreza local que ocupava uma função pública) em Atenas e tornou-se amigo de filósofos gregos. Pela sua amizade com eles conheceu o célebre historiador grego Plutarco (46-120). Plutarco em seus escritos descreve Filopapo como “muito generoso e magnífico em suas recompensas” e descreve o seu caráter como “alegre e ansioso para aprender”. Filopapo exerceu a função de choregos duas vezes. O choregos era o cidadão responsável pelas representações teatrais e organizava o coro cuidando de sua preparação e indumentária. Exerceu uma vez o cargo de agonothetes (o magistrado de jogos) e foi membro do deme (região admistrativa de Atenas) de Besa. Entre 105-116, Filopapo foi feito um membro dos Fratres Arvales (Irmãos Arvais) que era um grupo antigo de sacerdotes que ofereciam sacrifícios anuais aos deuses para garantir boas colheitas.
Por causa de sua amizade com Trajano e Adriano, Filopapo tornou-se membro da Guarda Pretoriana em Roma e a partir daí membro do Senado Romano, mesmo não sendo um descendente de uma família senatorial. Em 109 foi consul suffectus (cônsul suplente). Possivelmente Filopapo se casou com uma mulher não conhecida e deste matrimônio ele provavelmente teve novos descendentes; contudo não há nenhum registro quanto a isto. Filopapo morreu em 116. Quando ele morreu, a sua morte causou grande tristeza a sua irmã Júlia Balbila, aos cidadãos de Atenas e possivelmente à família imperial. Como forma de honrar a memória de Filopapo, Balbila com os cidadãos do Atenas erigiram um mausoléu (seguindo o costume de seus antigos reis de Comagene) na Colina Mouseion, localizada no sudoeste da Acrópole de Atenas. O mausoléu de mármore é conhecido como “o Monumento de Filopapo”, e a partir dele, a colina ficou conhecida como Λόφος Φιλοπάππου (Lóphos Philopappou), a Colina de Filopapo ( imagem abaixo). No monumento há referências aos Selêucidas, à família real de Comagene, ao avô e pai de Filopapo, o qual é referido com cidadão ateniense (“Filopapo, filho de Epífanes do deme de Besa”), como cidadão romano ("Gaio Júlio Antíoco Filopapo, filho de Gaio, da gens fabiana, cônsul e irmão arval, admitido à guarda pretoriana pelo imperador César Nerva Trajano Ótimo Augusto Germânico Dácico”) e como membro da realeza de Comagene ("Rei Antíoco Filopapo, filho do rei Epífanes, filho de Antíoco"). A posição do Monumento, em frente da Acrópole e dentro de limites formais da cidade, mostra a alta posição que Filopapo teve dentro da sociedade ateniense. Para ver e saber mais sobre o Monumento de Filopapo veja:
http://www.akropol.net/philopappos_hill/philopappos_hill_page1.htm
http://www.stoa.org/athens/sites/philopappos/index.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Philopappos_Monument



FONTE: Wikipédia. Versão em inglês.

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