segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

JOTAPIANO († c. 249)

Marco Fúlvio Rufo Jotapiano foi um usurpador das províncias romanas do Oriente do Império Romano durante o final do reinado de Felipe, o Árabe (244- 249). Sabe-se sobre Jotapiano por suas raras moedas e por informações dos historiadores romanos Aurélio Vitor (360-389), Polêmio Silvio (438-444) e Zósimo (507-518).
Jotapiano era um membro da aristocracia local do Oriente Médio. Seu nome é semelhante ao das rainhas e princesas Iotapa de Comagene. Abaixo, efígie da rainha Júlia Iotapa, última rainha de Comagene. Supõe-se que Jotapiano poderia ter sido um membro da família real, que tinha perdido o seu poder para os romanos em tempos de Vespasiano (72 d.C.) sendo descendente de Gaio Alexandre e Júlia Iotapa, reis de Cetis.

Aurélio Victor diz que Jotapiano alegava descender de um tal Alexandre. Segundo alguns estudiosos, isto se refere ao imperador Alexandre Severo (222-235), enquanto outros indicam que Antíoco I Theos, o grande rei de Comagene e possível antepassado de Jotapiano, reclamava descendência de Alexandre, o Grande, como atestado nos monumentos do Monte Nemrut.
Era um período de muita agitação no Império Romano que estava sendo invadido por vários povos bárbaros e vários chefes militares se proclamavam imperadores. Quando imperador Gordiano III (de apenas vinte anos) foi assassinado, o chefe da Guarda

Pretoriana, Marco Júlio Felipe, mais conhecido como Felipe, o Árabe (imagem ao lado), devido às suas origens, assumiu o trono imperial. Estabeleceu seu irmão Gaio Júlio Prisco como Rector Orientis (governante do Oriente). Prisco cobrou impostos excessivos do povo a princípio segundo diretrizes do Imperador. É possível que Felipe, o Árabe, favorecesse a sua terra natal, a Arábia, em relação a outras províncias orientais, o que fez o seu governo indesejável para a população local. Em uma passagem dos Oráculos Sibilinos, o autor sírio mostra seu ciúme contra o florescimento das cidades árabes de Bostra e Filipópolis sob Felipe. Nesse clima de opressão, se levanta Jotapiano. Não se sabe sua posição antes de sua proclamação como imperador. Em conformidade com Zósimo, a revolta de Jotapiano foi dirigida contra o aumento dos impostos. Em conformidade com a Aurélio Vitor e Sílvio Polêmio, foi mais uma revolta dos provincianos da Síria e Capadócia do que uma usurpação militar. Em outras partes do Império estouraram revoltas e usurpações por motivos vários. A rebelião de Jotapiano começou na Síria, no final do reinado de Felipe. Apesar de Prisco controlar a situação, Jotapiano fez de Antioquia da Síria sua capital e chegou a cunhar moedas com sua efígie, as quais são a única fonte do seu nome completo: M (arcus) F(ulvius) R(ufus) IOTAPIANVS. Essas moedas são antoninianas (equivalentes a dois denários) e o seu estilo tosco sugerem que a revolta foi curta e sobre um pequeno território, tendo em vista que Jotapiano não controlou nenhuma cunhagem de maior valor. Em uma das moedas está escrito VICTORIA AVG no verso, possivelmente celebrando uma vitória dos rebeldes sobre as tropas de Filipe ou mais acertadamente significam "o poder de conquista do Imperador". Se tem sugerido que Jotapiano também cunhou áureos (equivalentes a 25 denários), mas não foi encontrada nenhuma moeda desse tipo referente a ele.
Não se sabe ao certo como Filipe reagiu à rebelião de Jotapiano, a qual não foi realmente uma ameaça ao Império; segundo o Zózimo, tal revolta poderia ser suprimida facilmente. Na época o imperador Felipe também lidava com usurpações em outros lugares do Império.

Mesmo tendo firmado a paz com o exército persa, foi derrotado pelos exércitos revoltados das províncias danubianas, sob o comando de Décio, que o sucedeu. Jotapiano não foi um usurpador militar como Pacaciano e Décio ( imagem ao lado) e conduziu uma rebelião mais contra a política fiscal de Roma. Ele não planejou tomar o poder sobre todo o Império Romano, mas ganhou uma posição proeminente no Oriente e usou o título Augustus para assinalar esta posição.
As circunstâncias nas quais a rebelião terminou são desconhecidas exceto que Jotapiano foi assassinado pelos seus próprios soldados. Segundo Aurélio Vitor ( Historiae Abbreviatae, 29.4), depois de sua derrota, sua cabeça foi trazida a Roma e mostrada ao Imperador Décio "como era costumeiro, embora Décio não tivesse pedido isto".
Se Jotapiano tem suas origens na linhagem real das rainhas e princesas Iotapa como seu nome indica encerra-se com ele a manifestação da casa real de Comagene no mundo romano.
Abaixo antoniniano com a efígie de Jotapiano.




FONTE: Wikipédia. Versões em inglês e espanhol.

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